"Baby, this night belong to us..."
Fui a biblioteca, claro! Não pude ir direto para lá, tinha que passar em casa porque como sempre minha memoria havia me traido,esqueci o filme da locadora, a distância do meu trabalho para a minha casa é grande, levo quarenta minutos para chegar lá, mas hoje eu bati meu próprio record. Não há nada que eu deteste mais do que chegar dentro de casa e ser bombardiado com perguntas, muitas delas, as quais a maioria eu não sei a resposta. Coloquei dois pães na boca, corri!
A biblioteca estava cheia, lotada. Não havia um lugarzinho na parte de cima para se sentar, mas eu tinha que me certificar de que ele estava lá, mesmo que eu não pudesse conversar com ele. Ele estava, eu sabia que ela ia estar, ele sempre está.
Ainda contrariado eu desci e comecei a procurar um lugar na parte de baixo mesmo, olhei ao redor até achar um rosto conhecido...achei! Jaile, estava palida, mas ela sempre está, e como sempre olhando as pessoas por baixo, bonitinha. "Leo está lá em cima" disse ela, e eu respondi "eu vi", respondi como se não fosse inportante, mas ela sabia que tinha inportância, não sei por que fiz aquilo.
Conversamos sobre muita coisa, muita mesmo, o diálogo foi interrompido quando ela com seus olhos apontou para a frente, eu olhei, era ele. Meu coração levou um susto, mas eu mantive a pose, ela estava com o fone de ouvido dele, ele veio buscar, ele disse "vou sair com uns amigos, que ir?", olhei para ele e acenei com a mão, ele acenou de volta, ela disse "vamos".
Instantaneamente eu abri minha bolsinha de lápis e peguei um papel de bala, um que ele tinha me dado, abri a lixeira ao lado da minha mesa e sem pestenejar o joguei no lixo, ao fechar a ta mpa uma ponta de arrependimento. Abri meu celular, fui até as imagens e deletei a foto em que ele estava dormindo em cima do livro na mesa da biblioteca, junto com a foto foi o meu sonho de tentar ser feliz com alguém especial.
Cedo ou tarde irei aprender que minha vida não é um conto de fadas.